Disseminam-se notícias falsas que dizem estar a economia brasileira à beira do abismo, e que os investidores estrangeiros abandonarão em breve o Brasil por esse motivo. A economia brasileira está melhor do que se esperava, principalmente nos antros dirigentes do mercado, e isso, além de inesperado, indica um futuro imediato muito menos favorável ao mercado.
Em situação normal, o mercado está bem servido com crescimento do PIB, mas a situação atual no Brasil está longe de ser normal por motivos ideológicos, ou seja, aquilo que chamamos de mercado esperava um fracasso retumbante do governo atual, pois isso era parte de um plano para a conquista da presidência em 2026, além de um congresso fortemente conservador.
Es expectativas do mercado foram torpedeadas por três más notícias de uma vez:
O PIB cresce, deixando a nu as deficiências científicas do modelo neoliberal. E as taxas de inflação são menores que o esperado, de novo implodindo a religião neoliberal;
A máquina de transferência de riqueza do Estado para os bancos privados, patrocinada pelo Banco Central, começa a ser tema de investigações oficiais e extra-oficiais. A artificialidade dos juros altos, em dissonância com o estado da economia brasileira, levanta questões que precisam ser respondidas.
Duas investigações foram iniciadas contra o atual presidente do BC, Campos Neto, por suspeita de lavagem de dinheiro privado em paraísos fiscais. Essas investigações podem ter profundidade suficiente para expor o domínio ilegal dos bancos privados sobre o Banco Central.
Diante desse tsunami de reversão de expectativas, o mercado usa sua imprensa cativa para disseminar o terrorismo econômico, alimentado por notícias falsas sobre a economia do Brasil. Segundo essas notícias, o Brasil estaria à beira de um colapso econômico. Essa falsas afirmação tem o objetivo de turvar as águas e dificultar a análise da situação. No entanto, uma análise bastante crível já é disponível na imprensa alternativa nas redes sociais,
Economistas e investidores americanos vem repetindo há anos que a economia dos EUA caminha para a destruição devido a uma divida pública astronômica e impagável, e a crise já teve início. A crise dos EUA assumirá, segundo esses analistas, proporções nunca antes vistas, e se propagará em ondas sucessivas pelo mundo todo devido à influência do dólar. O Brasil será certamente atingido por esse tsunami, assim como aconteceu com a crise de 2008.
O discurso que está em preparação é que o efeito da crise americana sobre o Brasil será culpa do governo brasileiro. E isso é uma mentira grosseira. Isso faz parte da ofensiva terrorista, que na verdade é defensiva, nos noticiários sintonizados com o mercado e divorciados da realidade científica da economia.
O pano de fundo de tudo isso é o calendário eleitoral brasileiro. As eleições de 2026 podem consolidar ou destruir a dominância do mercado sobre a política no Brasil. Não podemos esquecer que o atual congresso foi montado sob a influência de Bolsonaro na presidência, e que 2026 pode ser muito diferente. O desempenho da economia brasileira na crise será vital para decidir entre um presidente conservador e um progressista em 2026.
Posto em outros termos, o que está em jogo é a participação do Brasil nos BRICS ou a continuidade da dependência dos EUA. Os BRICS representam um divisor de águas muito importante para o futuro do mundo e, em particular, do Brasil.
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