Uma máquina de fazer dinheiro foi inaugurada quando o Ministro da Fazenda de Bolsonaro, o banqueiro Paulo Guedes, patrocinou e coordenou a aprovação pelo Congresso de umas emenda constitucional dando ao Banco Central do Brasil autonomia sobrre a Política Monetária do Brasil. Isso equivale a uma privatização do BC, pois a Política Monetária é tradicionalmente responsabilidade do Estado.
Desde então a máquina de fazer dinheiro entrou em operação, mais exatamente quando da posse de seu primeiro Diretor no período privatizado. A máquina é mais uma manifestação do capitalismo, ou seja, como transferir dinheiro pago pelo contribuinte para os Bancos privados, guardiões do Capital Financeiro no mundo todo.;
A operação da máquina merece atenção, já que foi bem montada. O BC mantém taxas de juros artificialmente altas, e isso com dois objetivos. O primeiro é forçar o Estado a aumentar sua dívida pública vendendo no mercado, pelas mãos do BC, títulos da dívida pública que são comprados pelos Bancos privados que, naturalmente, ganham muito com os juros da dívida pública. Essa transferência de riqueza é feita através dos juros mantidos artificialmente altos pelo BC.
O segundo mecanismo está ligado ao primeiro. Os pagamentos de juros feitos aos Bancos privados aumentam a dívida pública, criando um clclo vicioso perverso. Dessa forma, muita riqueza é transferida aos Bancos privados às expensas da miséria dos trabalhadores.
O mandato do primeiro Diretor do BC privatizado, Roberto Campos Neto, homem do mercado, termina neste mês, e no dia 2 de janeiro de 2025 toma posse um novo diretor, desta vez indicado por Lula e que não reza pela cartilha do anterior. Em vez de ser neoliberal, como seu antecessor, o novo presidente é keynesiano, que nada tem a ver com o Capital Financeiro. Isso gera uma certa medida de pânico na Faria Lima e outros covís da alta finança. Isso motiva uma onda de propaganda, usando a imprensa cativa, afirmando que a economia do Brasil ruma para o desastre.
Mas os índices econômicos usuais são bastante favoráveis ao Brasil como um todo. O problema é que o Capital Financeiro não pensa no Brasil como um todo. Pensa exclusivamente na saúde e no lucro dos Bancos privados. E aí está o crux da questão. Pesquisa recente feita entre magnatas da Faria Lima revela que a maioria deles prevê um desastre para a economia brasileira. Trocando em miúdos,, uma diminuição dos lucros exagerados do Capital Financeiro do Brasil significaria a ruína do Brasil como um todo.
Qualquer um pode ver o engodo embutido nessa conversa mole repetida incansavelmente perla imprensa cativa. A verdade é que o Brasil cresce contra as necessidades do Capital Financeiro, e disso nasce a choradeira.
Não é por acaso que recrudesce a campanha contra os 'excessivos' gastos sociais do governo. O mercado quer que esses gastos sejam redirigidos para os Bancos, e está em dúvida sobre o futuro próximo de suas mamatas. Prova disso é o novo recente aumento nas taxas de juros do BC, obviamente provocados pela proximidade da mudança de comando no BC. O mercado quer espremer o Estado até o último minuto de sua mamata, pois ninguém sabe como serão as taxas de juros sob a nova direção do BC. A julgar pela propaganda anti-Estado, podemos deduzir que a Faria Lima prevê tempos menos favoráveis para suas maracutaias destinadas a transferir riqueza dos mais pobres para os mais ricos.
E como se isso fosse pouco, é noticiado que os lucros exorbitantes proporcionados pelo BC aos Bancos privados são depositados no BC para guarda segura. No mundo todo, o BC cobra por essa guarda, mas no Brasil da mamata financeira é diferente: o BC paga juros aos depositantes, como se esses depósitos fossem empréstimos. Se isso não tiver limites impostos brevemente, as contas do Estado brasileiro estarão para sempre comprometidas com os Bancos privados.
O significado disso é que a contabilidade do Estado passa a ser supervisionada pelo Capital Financeiro se o sistema atual continuar. O próprio Estado estará privatizado e impedido de ter políticas próprias no Orçamento Federal. O Capital Financeiro estaria no Poder e condicionaria a maior parte do Orçamento. Isso é mais ou menos o que acontece hoje nos EUA, e isso é a causa da forte retração econômica naquele País, hoje.
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